6 passos para sair da estagnação e progredir profissionalmente
Especialista em comportamento sugere fortalecer a mente por meio de pequenas ações diárias, executadas de forma constante e consistente.
“Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Essa frase, de autoria desconhecida, chama a atenção de Raquel Coutto, mentora e estrategista comportamental. “Ela pode ser de grande valia para líderes corporativos, empreendedores e profissionais que acreditam que podem deixar de patinar e obter melhores resultados sem mudar drasticamente suas mentalidades”. Segundo a especialista, essa mudança é fundamental para progredir na vida e passa invariavelmente pelo fortalecimento da mente.
O caminho, ela diz, pode ser feito por meio de pequenas ações diárias, realizadas de maneira constante e consistente. “É um erro pensar só no grande objetivo, esquecendo que ele é construído com pequenos avanços”, afirma Raquel, que também é autora do livro Efeito 1%: como pequenas ações executadas geram grandes transformações. “Em qualquer área da vida, a constância é mais do que a chave da mudança – é a base que sustenta todo o progresso”.
Passo a passo para mudar
A seguir, a executiva compartilha seis etapas que profissionais podem seguir para tentar se livrar da procrastinação ou até mesmo para construir mudanças sustentáveis em sua carreira.
1 – Análise
“Todos nós temos uma história e tivemos que passar por ela, tomando decisões certas ou erradas, para chegarmos ao ponto em que nos encontramos hoje”, diz. Segundo ela, reconhecer a própria trajetória, assumindo a responsabilidade por seus desdobramentos e pela narrativa construída até o momento presente, é essencial para uma mudança. Nesse sentido, a especialista sugere encarar situações mal resolvidas usando a lógica (“seu ‘eu’ de ontem era diferente do seu ‘eu’ atual”), para transformá-la em critérios de ação no presente. A mentora ressalta não ficar preso ao passado, mas ressignificá-lo, trazendo aprendizados para definir a rota atual.
2 – Afirmação
“Após se debruçar sobre o passado, observando a própria história, o indivíduo que busca a mudança de comportamento deve voltar-se para o presente, analisando barreiras de mentalidade ao longo de sua trajetória que o estão impedindo, muitas vezes de forma inconsciente, realizar sonhos atuais”. Para Raquel a investigação deve se ater a dois pontos específicos: crenças sabotadoras e ambientes que influenciam negativamente. “Essa análise permite que o indivíduo assuma uma postura de enfrentamento e tome decisões de mudança”.
3 – Aprendizado
Desenvolver novas habilidades-chave e melhorar as existentes é importante para concretizar as decisões recém-tomadas para alterar as crenças limitantes. Para isso, vale identificar e definir as capacidades e qualidades usadas para se fortalecer nesse processo de mudança. “Uma boa parcela daquilo que se quer conquistar já temos dentro de nós – é só saber utilizar”, ressalta, se referindo a competências adquiridas ao longo da vida que podem ter adormecido por conta de dores, frustrações e traumas. Para resgatá-las, Raquel sugere refletir sobre vitórias do passado, pinçando as habilidades necessárias para obtê-las.
4 – Ações
Com aprendizados e habilidades a postos, parte-se para ação, que deve ser executada com planejamento, para que se crie consistência. “O indivíduo deve centrar sua atenção na realização de metas, colocando em prática pequenos passos diários, fundamentais para resultar em mudanças que possam ser sustentadas em longo prazo”, afirma Raquel, que indica definir prioridades, elucidar metas, ter clareza em relação ao objetivo maior e tratar o real problema ao invés do sintoma.
5 – Apoio
“O caminho para mudança é árduo e pode ser bastante solitário”, alerta. Com o intuito de angariar forças para superar os desafios do trajeto, é bastante recomendável, segundo ela, se cercar de pessoas de confiança dispostas a contribuir de variadas formas. “Buscar grupos que estejam na mesma direção, com objetivos semelhantes, [pode fazer a diferença] para que haja incentivo mútuo”, sugere, aconselhando que o profissional escolha mentores para orienta-lo sobre as melhores escolhas, alertá-lo sobre as duvidosas, e, sobretudo, não deixa-lo que desista diante do primeiro revés. “O segredo aqui é transitar pelos grupos com a expectativa adequada, entendendo os pontos cegos e buscando feedbacks construtivos”.
6 – Ajustes
“Um processo de mudança baseado em pequenas ações diárias, que levam a um progresso gradual e constante, necessita de revisão periódica para saber em qual aspecto não se está evoluindo e buscar a correção antes que a dificuldade cresça”, afirma Raquel. Segundo ela, existem várias maneiras de acompanhar a execução do plano de ação e realizar ajustes necessários. Entre elas, a especialista aponta: ser coerente e realista, para facilitar o alcance de metas; monitorar o progresso semanal, para refletir, reforçar objetivos e obter elementos concretos para decidir os próximos passos; treinar a visualização positiva para se motivar, integrando mente e emoções; e estabelecer critérios para medições parciais. “Essa ação é fundamental para aferir o progresso quando os objetivos que desejam ser alcançados são mais subjetivos”.







