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Gerentes de projetos são à prova do tempo

Um estudo prevê 88 milhões de vagas para esses profissionais até 2027. Gente que coordena recursos e garante a execução bem-sucedida de empreendimentos.

Por Marcos Valeta *
8 jan 2025, 19h10
Equipe no trabalho conversando sobre o projeto.
 (Luis Alvarez/Getty Images)
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No início da minha carreira, enquanto trabalhava em uma das minhas primeiras agências de comunicação, me vi em um momento de caos: tinha muitas tarefas, mas não sabia por onde começar nem como organizá-las. Em meio a essa dificuldade, tive uma conversa rápida, de apenas cinco minutos, com um diretor de contas que também entendia muito de gestão de projetos. Ele, com a sensibilidade de perceber que aquele era o momento certo para orientar o novato, compartilhou uma lição que nunca esqueci:

“Nós, que trabalhamos com atendimento de contas e gerenciamento de projetos, não recebemos demandas prontas. Somos nós que criamos as demandas para o time interno. Não adianta esperar que alguém te diga o tempo todo o que fazer.”

A lição que aprendi com aquele diretor de contas me lembra que haverá sempre alguém solicitando algo a ser feito, e que saber como solicitar é fundamental. Isso se mostra cada vez mais útil ao elaborar um prompt para qualquer inteligência artificial.

Porém, mesmo com todos os aplicativos de IA que agendam reuniões automaticamente, redigem atas, criam cronogramas e enviam e-mails de lembrete, ainda há a necessidade de um ser humano para integrar todos esses elementos. Esse profissional aplica (ou não) diferentes metodologias, observa o cotidiano da equipe, identifica o que funciona ou não, reconhece quem possui as habilidades adequadas para cada tarefa e, mais importante, interage diretamente com todos os envolvidos nos projetos.

Das pirâmides do Egito às empresas mais modernas

Independentemente da evolução tecnológica de cada época, sempre existiu a figura do “gerente de projetos”, embora com outros títulos. Por exemplo, os mestres de obras que supervisionaram a construção das pirâmides no antigo Egito coordenavam milhares de trabalhadores, garantindo a execução precisa desses projetos monumentais. Durante a Idade Média, os mestres construtores eram responsáveis por erguer catedrais e castelos, coordenando artesãos e materiais ao longo de décadas. Além disso, os capitães de navio não apenas comandavam suas tripulações, mas também gerenciavam suprimentos, rotas e negociações comerciais.

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Esses exemplos históricos ilustram que, apesar das mudanças tecnológicas, a essência do gerenciamento de projetos — coordenar recursos, liderar equipes e garantir a execução bem-sucedida de empreendimentos — permanece constante ao longo do tempo.

Dentro do cenário atual, acredito que teremos um longo caminho até que um ser humano seja totalmente substituído na organização, pois cada vez mais e mais as demandas de execução aumentam pela possibilidade de entrega mais rápida por causa da inteligência artificial. Um exemplo é a entrega de vídeos editados que utilizam ferramentas de IA em sua execução, mas os editores ainda precisam de uma “cola” com diretores de arte e redatores. Precisam conversar. Alguém ainda tem de definir o que e quando as entregas devem ser concluídas, já que a inteligência artificial ainda está focada no “como”. Para ser claro, isso não significa que editores ou outras profissões não possam desenvolver esse conhecimento.

A demanda em números

A importância da gestão de projetos também pode ser percebida no crescimento dos números nos últimos anos. O tamanho do mercado de software de gerenciamento de projetos e a análise de participação refletem essa expansão: segundo o relatório da Mordor Intelligence, o mercado é estimado em US$ 6,54 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 10,86 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa anual composta (CAGR) de 10,67% durante o período.

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Além disso, eu vi pessoalmente, este ano, a presença do Project Management Institute (PMI) com seu estande em dois eventos mundiais importantes para a tecnologia e a comunicação: o Festival de Cannes e o Web Summit em Portugal. Essa participação corrobora a relevância contínua da discussão sobre o gerenciamento de projetos, especialmente em ambientes diretamente impactados pela aceleração da inteligência artificial.

O PMI também destaca a demanda crescente por profissionais qualificados. Segundo o estudo “Talent Gap: Ten-Year Employment Trends, Costs, and Global Implications”, publicado em 2021, serão necessários cerca de 25 milhões de novos profissionais de gerenciamento de projetos até 2030, o que significa que 2,3 milhões de pessoas deverão ingressar anualmente em funções relacionadas para atender à demanda global. Além disso, o relatório “Job Growth and Talent Gap 2017-2027”, também do PMI, projeta um crescimento de 33% na demanda por esses profissionais até 2027, totalizando 88 milhões de vagas no mundo todo. Embora esses estudos tenham sido publicados em 2017 e 2021, eles permanecem como os relatórios mais recentes do PMI sobre o tema.

Esses números reforçam que, mesmo com a automação e a presença crescente da IA, ainda será necessário um ser humano para unir todas as peças, alinhar objetivos e garantir que os projetos aconteçam — porque, no fim das contas, projetos são feitos por pessoas e para pessoas.

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* Marcos Valeta é publicitário, general manager e fundador da Waymaker Projects.

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