Dia das Mães: Assine por apenas 5,99/mês
Imagem Blog

Edwiges Parra

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Psicóloga e professora de educação executiva da FGV, especialista em saúde mental corporativa e dependências tecnológicas

O que é demência digital e seu impacto no trabalho

Termo é mencionado desde 2017, referindo-se aos efeitos negativos do uso abusivo de telas. Conheça os riscos para as empresas e como é possível reduzi-los.

Por Edwiges Parra, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 5 set 2023, 16h06 - Publicado em 5 set 2023, 16h05
Homem olha apreensivo para o notebook
 (Pexels/Andrea Piacquadio/Reprodução)
Continua após publicidade

Segundo o relatório Digital 2023: Brazil, da We Are Social em parceria com a Meltwater, a proporção de brasileiros conectados cresceu de 70% em 2019 para 84,3% em 2023. Com isso, o país chegou à marca de 181,3 milhões de usuários da internet. E os maiores fatores na elevação desses números de conectividade são as redes sociais e o e-commerce.

De acordo com esse relatório, o Brasil está bem acima da média quando se trata da proporção da população com acesso à rede. Aqui são 84,3% conectados enquanto a taxa mundial está em 64,4%.

E esse excesso de uso tem efeitos nocivos para a saúde mental das pessoas – seja em casa, seja no escritório. Hoje já se fala em “demência digital” – mas antes vamos deixar bem claro o significado da demência em si.

Esse termo geralmente é usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o pensamento e as habilidades sociais de uma pessoa a ponto de interferir significativamente em suas atividades diárias. É comumente associada a doenças como o Mal de Alzheimer.

Já a demência digital começou a ser mencionada em 2017, referindo-se aos efeitos negativos do uso abusivo de telas, quando foi identificado que a dependência da tecnologia passou a resultar em disfuncionalidades em nosso cérebro, comprometendo as habilidades cognitivas. Uma vez que o crescente uso de smartphones, tablets, computadores e outras tecnologias digitais em nossas vidas pode ter impactos na memória, concentração, capacidade de resolução de problemas e interações sociais.

Continua após a publicidade

Além disso, o vício em mídias sociais, jogos online e outras formas de entretenimento digital pode contribuir para levar a um declínio no funcionamento cognitivo em algumas pessoas.

Desde 2017, pesquisadores começaram a levantar essas hipóteses, efeitos e constatações, começando na fase da infância e adolescência, em estudos como: “Digital Dementia: A Systematic Review” (por Yoo HJ, Park HK e Ha JH); “Mudanças cognitivas e cerebrais associadas ao aprendizado multimídia estendido” (por Kühn S. e Gallinat J.); “Internet Addiction and Cognitive Impairment: A Systematic Review and Meta-Analysis” (por Lai CM, et al.).

Como esse contexto pode ser nocivo às empresas?

Com os estudos, os fatos do dia a dia por meio de relatos, o aumento das queixas em demandas clínicas de consultório de psicoterapia e psiquiatria quanto aos efeitos negativos, podemos entender que isso com certeza pode gerar impactos importantes nas organizações tais como:

Continua após a publicidade
  1. Redução da produtividade: A demência digital pode levar a distrações constantes no ambiente de trabalho, reduzindo a produtividade dos funcionários e aumentando o tempo gasto em tarefas que normalmente seriam executadas de forma mais rápida e eficiente.
  2. Deterioração das habilidades cognitivas: O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode contribuir para a diminuição das habilidades cognitivas, como a capacidade de concentração, do raciocínio lógico e da tomada de decisões. Isso pode impactar negativamente o desempenho das tarefas complexas exigidas em muitos trabalhos.
  3. Aumento do estresse e da ansiedade: A constante conexão digital pode levar a uma sensação de estar sempre “ligado”, resultando em um maior nível de estresse e ansiedade nos funcionários, afetando seu bem-estar e saúde mental.
  4. Dificuldade em estabelecer relacionamentos interpessoais: O uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode prejudicar as habilidades sociais e a capacidade de interação interpessoal no ambiente de trabalho, um fator crítico em muitos empregos que exigem trabalho em equipe e colaboração.
  5. Riscos para a segurança da informação: A demência digital também pode resultar em comportamentos inseguros em relação à proteção de dados e informações confidenciais, aumentando os riscos de violações de segurança no ambiente de trabalho.

O que as empresas podem fazer para minimizar esses riscos?

Torna-se essencial que as pessoas, assim como as empresas, estabeleçam práticas bem conscientes do bom uso da tecnologia:

  1. Fazer pausas regulares para diminuir o tempo de tela, orientando a utilizar com finalidade para ser um recurso, uma ferramenta, e não um fim!
  2. Incentivar o equilíbrio da vida pessoal e profissional, por meio de rodas de conversas, palestras e treinamentos sobre o uso adequado das tecnologias e suas implicações.
  3. Uma cultura organizacional que fortaleça, por meio da comunicação interna, a importância de reconhecer que as tecnologias podem ser uma ferramenta importantíssima no mundo do trabalho, mas seu uso deve ser adequado e equilibrado para que haja um ambiente saudável, funcional e produtivo.
  4. Estimular ações de prática do exercício físico, para mexer o corpo e relaxar a mente.
  5. Sempre que necessário, ou de forma preventiva, a terapia como um bom recurso para o autoconhecimento.
Continua após a publicidade

A evolução tecnológica precisa que nós a usemos de forma funcional, sempre colocando o ser humano no centro das transformações do mundo.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.