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A importância de olhar para as equipes como se fossem comunidades

É preciso estimular a conexão entre os participantes, sugerindo que as pessoas conversem, compartilhem, se ajudem

Por Rose Souza, fundadora da Companhia de Idiomas
2 nov 2022, 06h32
Três funcionários sorriem enquanto conversam com uma quarta pessoa, que está do outro lado da mesa
 (Pexels/fauxels/Divulgação)
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urante a pandemia, eu resolvi começar uma comunidade de empreendedores. Não tinha esse nome, eu chamava de grupo mesmo. Sempre achei que poderíamos juntar as empreendedoras e empreendedores do segmento de idiomas, com escolas independentes, para que pudéssemos colaborar. O Brasil é imenso, há muitas oportunidades, e poderíamos aprender muito uns com os outros. Parece estranho estimular que concorrentes se ajudem, mas temos de fazer a mudança que queremos no mundo, não é mesmo?

Então, eu fiz. Hoje somos quase 100 empreendedorxs deste segmento. Não é muita gente, mas está crescendo, e é lindo. Tudo online, por isso tem gente espalhada pelo Brasil e pelo mundo. E há alguns meses eu tenho estudado o papel de gestor de comunidade, porque percebo que na nossa sociedade, possivelmente por conta do modelo de escola e família que tivemos, nós esperamos bastante que alguém “que tenha poder” nos diga o quê, como, quando e com quem fazer algo. Em alguns ambientes temos mais autonomia, em outros continuamos esperando mesmo.

Nesse meu experimento, agora me vendo como gestora de comunidade, tenho que abrir mão de qualquer poder ou controle, atuando com leveza com alguns objetivos:

  • Estimular a conexão entre os participantes, sugerindo que pessoas que têm um projeto, um desafio, uma questão em comum, conversem, compartilhem, se ajudem.
  • Criar um espaço de confiança, onde as pessoas sabem que podem perguntar sem se sentir inferiores e podem responder sem se sentir superiores.  Isso leva um tempo, porque fazemos parte de uma sociedade na qual algumas pessoas têm vergonha de levantar a mão e fazer uma pergunta, porque isso, ao invés de demonstrar interesse, atenção, intenção de aprender e curiosidade (só coisa boa!), em alguns contextos, ainda demonstra “falta de inteligência”.
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Eu entendi que um jeito de fazer isso era destinar um tempo para servir a esta comunidade:

  • Acolhendo quem chega
  • Me interessando pelas pessoas que fazem parte
  • Observando, no grupo de whatsapp, se a dúvida de alguém é respondida por outra pessoa (eu não preciso responder, se alguém já ajudou, assim tiro o meu protagonismo)
  • Sendo guardiã da saúde da comunidade, para que o propósito se mantenha vivo e não se disperse.
  • Organizando encontros virtuais ao vivo, pra gente se conhecer mais, bater papo, compartilhar o que estiver vivo naquele momento, em nossas mentes.

E ainda há muito o que evoluir.

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  • Quero fortalecer o espaço de pedidos e ofertas, para que todos sejam convidados a contar sobre quais temas têm interesse em aprender mais (pedir ajuda), e ao mesmo tempo, todos sejam convidados a oferecer um pouco de seu tempo, para compartilhar o que sabem sobre aquele tema. Extrair a sabedoria coletiva de uma comunidade é meu próximo passo.
  • Quero entender como posso fortalecer o propósito, os valores e os rituais

E você? Tem experiência com gestão de comunidades? Já pensou em um time como uma comunidade? E um grupo de empreendedorxs do mesmo segmento? Me conta!

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