Interação com outras pessoas supera modelo tradicional de aprendizagem
Estudo mostra que aprendemos muito mais quando colocamos a mão na massa, mas muitas empresas ainda apostam no modelo tradicional de aprendizagem
que é Social Learning, ou Aprendizagem Social? Essa teoria foi criada pelo professor da Universidade Stanford, Albert Bandura, e busca compreender como e o quanto aprendemos através da interação com as pessoas, fora dos modelos tradicionais de aprendizagem (ainda aplicados pela maioria das escolas e empresas) no mundo.
Mas como acontece esse aprendizado?
Segundo este estudo, nós aprendemos mais ou menos de acordo com o padrão 70:20:10.
- 70% do que aprendemos acontece nas experiências mão na massa,
- 20% através de interações com pares, coaches e mentores e
- 10% nos ambientes tradicionais da escola e nos treinamentos estruturados – nos quais o professor (ou quem professa o saber) ensina, e o aluno (ou quem ouve e anota) aprende.
Conhecimento ou conexão?
Segundo o professor e consultor Charles Jennings, “Estamos vivendo em um mundo onde o ACESSO supera o CONHECIMENTO todos os dias. Aqueles que sabem como buscar a informação, como encontrá-la e como fazer conexões, vão se destacar. Aqueles que confiarem no conhecimento estático e habilidades que não se interconectam, vão cometer um erro.”
Quais problemas essa abordagem quer resolver?
- Treinamentos e cursos tradicionais são um investimento alto porque se concentram no ensino síncrono – horas pagas a quem ensina, ao vivo, e horas investidas por quem “aprende”
- Embora bons programas possam impactar e gerar conhecimento entre os participantes, se esse conhecimento não for aplicado imediatamente, o resultado é um residual mínimo, e consequentemente, poucos ganhos para a empresa no que se refere a aumento de eficácia, produtividade, margens, mudanças graduais ou disruptivas, ou qualquer outro objetivo estabelecido.
Muitas empresas ainda têm modelos tradicionais em suas áreas de L&D. Como implementar a CULTURA DE APRENDIZAGEM, aos poucos?
- Investigar os problemas de engajamento e performance de forma mais ampla, admitindo que podem ser consequência de formatos de treinamento ultrapassados, que não mais motivam os treinandos
- Integrar o modelo 70:20:10 nas estratégias de treinamento
- Investir mais em Aprender a Aprender
- Conhecer a potência da aprendizagem colaborativa em seus diversos formatos
- Permitir e estimular que o funcionário assuma o controle de sua própria jornada de aprendizado, promovendo um ambiente favorável ao encontro de conhecimento, habilidades, conexões e práticas que promovam o aprendizado
O que mais é possível fazer, com baixo investimento?
- FAQs e Fóruns: os funcionários podem fazer e responder perguntas uns dos outros
- Wikis: informações que precisam ser disseminadas na empresa podem ser colocadas em um ambiente ‘Wiki” colaborativo, de forma que todos possam criar tópicos, atualizar e consultar em tempo real.
- Mentorias (reversas, cruzadas ou tradicionais): criar canais de comunicação organizados, para que as pessoas possam compartilhar conhecimentos, ensinando e aprendendo de forma colaborativa
- Gamificação e prêmios: é bem importante nutrir a comunidade (senão ela pode morrer antes de se fortalecer), acompanhando progressos individuais e do time, estimular participantes que atualizam conteúdo, que ensinam e/ou que aprendem no ambiente
Rose Souza é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e da Verbify