Nova formação gratuita na área de tecnologia é voltada a pessoas negras

Em comemoração ao mês da Consciência Negra (novembro), o Movimento Tech 2030 e a Growdev, especializada em educação digital, lançam a nova edição do Starter+, programa que oferece 100 bolsas integrais a interessados em iniciar carreira em desenvolvimento front-end, a pessoas pretas e pardas. O objetivo é ampliar o acesso à formação tecnológica e promover a inclusão no setor.

Com 200 horas de duração, o curso é totalmente online e flexível, possibilitando ao aluno estudar no próprio ritmo em qualquer hora e lugar. Além de suporte técnico, mentoria especializada e uma comunidade ativa para networking, o programa oferece aulas dinâmicas, materiais complementares e projetos práticos que permitem ao participante desenvolver um portfólio real de experiências. Nesta edição, as inscrições ficam abertas somente até 2 de novembro por meio do site oficial do programa.

“O Starter+ é uma formação pensada para o público preto que, historicamente enfrenta mais barreiras para acessar oportunidades de qualidade”, conta Jéssica Monteiro, head de projetos e Growth do Movimento Tech 2030. “Infelizmente, o ponto de partida ainda não é o mesmo para todos, e é por isso que, como movimento, buscamos democratizar o acesso à formação e abrir caminhos reais para a inclusão no mercado de tecnologia”, explica a executiva. “Eu falo também como mulher preta, que conhece de perto os desafios de inserção profissional e sabe o quanto essas iniciativas podem transformar trajetórias”.

Área em expansão no mercado

Estruturado em quatro etapas seletivas, a proposta contempla inscrição, testes de lógica e vídeo, teste técnico e feedback final. Os aprovados terão acesso gratuito ao curso “Codaí 2.0 – Front-end”, oferecido pela Growdev, com certificação reconhecida e microcertificados por disciplina. “Quem se destaca no programa também poderá ser indicado a empresas parceiras ou até contratado pela própria Growdev”.

Para Jéssica, a urgência de iniciativas como essa é justificada pelos dados do setor. Até o final do ano, o Brasil deve registrar um déficit de 530 mil profissionais de TI até, segundo o Google for Startups. Em paralelo, um levantamento da Brasscom mostra que o mercado brasileiro de tecnologia e comunicação pode gerar até 147 mil vagas formais até acabar 2025 – número que contrasta com a falta de qualificação adequada. “Isso reforça a importância de programas de upskilling e reskilling como o Starter+”, descreve Jéssica, que aponta esses caminhos de requalificação como essenciais para reduzir o gap entre a formação tradicional e as demandas do mercado digital.

De acordo com Mariana Lopes, gerente executiva do Movimento Tech 2030, a ação fortalece o papel do Movtech na construção de um mercado tech mais plural e sustentável. “Acreditamos que diversidade e inovação caminham juntas”, diz a gerente. “Apoiar programas que formam pessoas de diferentes contextos sociais é uma maneira concreta de reduzir desigualdades e preparar o país para o futuro do trabalho”. Mariana finaliza, lembrando que, cada bolsa de estudo representa uma chance de reescrever histórias e ampliar a presença de novos perfis na tecnologia.

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