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As voltas que o mundo dá

Enquanto os times pedem uma liderança mais moderna, que dê flexibilidade e segurança psicológica, líderes insistem na cultura do “comando e controle”.

Por Marcia Kedouk
Atualizado em 9 jun 2023, 09h44 - Publicado em 9 jun 2023, 07h00
Três pessoas estão trabalhando sentados a uma mesa.
 (Pexels/ Pixabay/Divulgação)
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á não somos os mesmos de três anos atrás. Muitos de nós, 44%, lidam com níveis mais altos de estresse, e uma parcela considerável, de 23%, experimenta frequentemente episódios de tristeza. Em 2019, esses números ficavam em 38% e 21%, respectivamente, como mostra um levantamento global da consultoria Gallup.

O saldo emocional da pandemia e das turbulências socioeconômicas dos últimos tempos deve perdurar pelo menos ao longo dos próximos meses, afetando principalmente o mundo do trabalho, segundo análise da Gartner. Reflexos disso nas empresas são a dificuldade em manter a produtividade constante, o aumento dos conflitos nas equipes, o desengajamento, mais casos de ansiedade e depressão. Não por acaso, nunca se ouviu falar tanto em empatia, apoio, flexibilidade e segurança psicológica nas empresas. Não são desejos, são necessidades.

Tome como exemplo estas conclusões do maior estudo da Gallup sobre burnout: o principal estressor no ambiente corporativo é receber tratamento injusto; depois vêm as cargas de trabalho não administráveis, a comunicação truncada, a falta de suporte e a pressão irracional de tempo para concluir as tarefas. Dá para ver um ponto em comum nessas situações, e ele responde pela alcunha de chefe – precisamente, de chefe ruim. São gestores que até “aceitam” o modelo híbrido, mas não confiam no funcionário que trabalha à distância. Preocupam-se mais com a quantidade de horas trabalhadas do que com as entregas e invadem a privacidade da equipe, mandando mensagens à noite e no fim de semana. Órfãos da cultura do “comando e controle”, que já era jurássica antes de 2020.

Mas o mundo mudou, e mudar dá trabalho. A gestão está mais complexa e desafiadora, e as empresas que não acompanharem os avanços ficarão para trás. A boa notícia é que muitas companhias têm investido em práticas que preparam a liderança para os novos tempos, como você vai ver na matéria de capa desta edição. Qual é o caminho certo? Ninguém tem a resposta, se é que existe uma. Estamos todos aprendendo.

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E, por falar em mudança e aprendizado, deixa eu contar: encerro aqui um ciclo lindo de trabalho à frente de VOCÊ RH. A revista vai continuar sendo um norte para quem acredita na boa gestão de pessoas, mas agora sob a batuta de um amigo e profissional que admiro, o jornalista Alexandre Carvalho. A ele, desejo todo o sucesso! E a você que me lê, deixo um agradecimento pela companhia e pelo acolhimento. Cuide-se. Logo mais a gente volta a colocar o papo em dia.

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