Educação corporativa: tendência é personalizar o aprendizado
Com o uso da tecnologia, é possível identificar o perfil de cada colaborador, sugerir conteúdos sob medida e acompanhar a evolução em tempo real.
A inteligência artificial vem transformando a educação empresarial ao criar experiências de aprendizado personalizadas. Diferentemente dos modelos tradicionais de capacitação, a tecnologia, hoje, permite que os treinamentos sejam mais estratégicos e de impacto imediato, modulados de acordo com o perfil, o ritmo e as necessidades de cada funcionário. Para as empresas, a customização aumenta o engajamento e a eficiência das grades de formação.
E o mercado já comprova essa tendência: segundo levantamento da McKinsey Global Institute (2024), companhias que implementaram IA em seus programas de treinamento registraram um aumento de 35% na retenção de conhecimento e 42% na velocidade de aprendizado dos colaboradores. Além disso, o Global Market Insights projeta que o mercado de IA na educação corporativa crescerá 23,5% ao ano até 2030, movimentando mais de US$ 25 bilhões globalmente.
Já na Voice of Our Clients 2025, pesquisa divulgada pela Crescimentum Cegos Group, que inclui executivos brasileiros de RH e T&D entre os entrevistados, os números revelam que as soluções customizadas estão entre as três principais preferências dos funcionários do país – o que, de acordo com André Marin, CEO da Crescimentum, que atua com educação corporativa – reforça a tendência de o mercado buscar experiências de aprendizagem mais conectadas à realidade e aos desafios específicos de cada organização.
Para Leonardo Loureiro, também especialista em educação empresarial e gestão emocional, esse é um caminho sem volta. “As empresas que adotam a IA para treinar seus colaboradores conseguem mensurar resultados com precisão, corrigir lacunas de conhecimento e potencializar talentos de forma muito mais ágil”.
Mensuração e adaptabilidade
Um dos grandes diferenciais está nas métricas geradas pelas plataformas de aprendizado. Com esse parâmetro, é possível registrar tempo de estudo, taxa de retenção de conhecimento, habilidades dominadas e até o impacto direto nas entregas do colaborador. “Isso possibilita ao gestor ter clareza sobre quem precisa de mais suporte e quem está pronto para assumir novos desafios”, ressalta Leonardo.
A adaptabilidade também é um fator central. Com a IA é possível ajustar conteúdos em tempo real, oferecendo reforço em áreas críticas e avançando nos pontos já dominados. “Essa flexibilidade torna o aprendizado mais eficiente e evita desperdício de tempo e recursos, tanto para a empresa quanto para o colaborador”.
Além de otimizar resultados, o especialista acredita que a personalização cria um ambiente mais humano e motivador, pois, funcionários que se sentem reconhecidos em seu processo de aprendizagem tendem a permanecer mais tempo nas empresas e apresentar maior engajamento.
Futuro da educação empresarial
Em breve, a expectativa é que a IA amplie ainda mais sua presença na educação corporativa, integrando realidade aumentada, gamificação e análise preditiva. A americana Gartner prevê que, até 2027, 60% das grandes companhias vão utilizar IA generativa para criar conteúdos de treinamento personalizados, enquanto 45% implementarão sistemas de realidade virtual para simulações de aprendizado.
“As empresas que entenderem que a personalização é o coração do aprendizado estarão um passo à frente, formando times mais preparados, engajados e prontos para inovar“, conclui Leonardo.
Soluções a partir do contexto do negócio
Segundo André, outro destaque na educação corporativa é o crescente interesse por mentoria e coaching, principalmente em processos de transição de liderança e desenvolvimento de equipe, ainda que, na maioria dos casos, essas práticas não estejam formalizadas. “Cada vez mais, os clientes querem ir além do conteúdo. Eles buscam soluções estratégicas, construídas a partir do contexto do negócio, da escuta ativa e da real necessidade das lideranças”.
O executivo cita também a preferência entre os brasileiros pelos modelos blended, que combinam presencial, digital e autoaprendizagem, “mesmo que nem sempre sejam reconhecidos formalmente pelas lideranças como estratégia”. Segundo André, isso indica que a prática já evoluiu, mas ainda falta maturidade no discurso sobre metodologias. “O mercado está pedindo por soluções mais humanas e mais inteligentes. A escuta ativa virou ferramenta estratégica e personalizar deixou de ser diferencial, passando a ser pré-requisito”, resume.
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