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EUA precisam de mais engenheiros e há oportunidades para os brasileiros

Bye-bye Brasil? Mercado aquecido nos Estados Unidos facilita green-card para engenheiros brasileiros

Por Camila Pati
Atualizado em 5 dez 2020, 20h57 - Publicado em 22 nov 2018, 05h00
EUA: país promissor para engenheiros (foto/Thinkstock)
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São Paulo – Nos Estados Unidos, há mais oportunidades e vagas para engenheiros do que pessoas qualificadas para preenchê-las. A alta demanda coloca a engenharia na lista de profissões de interesse nacional estadunidense, o que torna o caminho até o green-card mais rápido e fácil.

“Em um ano, os engenheiros brasileiros conseguem estar legalizados nos Estados Unidos e podem começar a atuar desde o começo do processo porque obtém autorização temporária de trabalho”, diz Leonardo Freitas, especialista em imigração e sócio da consultoria internacional de imigração Hayman-Woodward.

O procedimento indicado é dar entrada no pedido do visto -EB2 na categoria National Interest Waiver (NIW). Não é exigido conhecimento de inglês nem oferta prévia de emprego. “Fora do estado da Flórida, é difícil conseguir trabalhar sem falar inglês, mas o domínio da língua não é um requisito imigratório”, diz Freitas.

Atualmente, quase 20% dos clientes da Hayman-Woodward são engenheiros.  A procura desses profissionais pelos serviços de advocacia imigratória oferecidos pela consultoria cresce a cada ano: 100% de 2015 para 2016, e 200% de 2016 para 2017.  Para este ano, a projeção também é de alta de 200%.

 

As carreiras mais quentes de engenharia nos EUA

As áreas da engenharia para as quais há mais oportunidades, segundo Freitas, são civil – tanto para construções de grande porte como para construções residenciais-  óleo e gás, química, de produção, eletrônica, elétrica, telecomunicações e redes.

A validação do diploma brasileiro requer uma prova que deve ser feita no estado em que o profissional vai trabalhar, já a emissão da certificação é regional. Mas a licença só é necessária para profissionais que vão trabalhar como responsáveis técnicos de engenharia, o que nem sempre é o caso.

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“Entre os brasileiros, profissionais com experiência entre cinco e 10 anos são os mais procurados”, diz Freitas. Qualificação também é um ponto comum. A maioria dos engenheiros que procuram a Hayman foi além da graduação:  32% têm mestrado, 31% tem pós-graduação e 13% têm doutorado.

A maior parte dos clientes engenheiros da Hayman-Woodward foi trabalhar no estado do Texas (24%). Mas, Freitas, cita o Alaska, que já responde por 18% dos clientes da consultoria, como ambiente bastante promissor para engenheiros. “Tem muito brasileiro indo para lá para trabalhar com perfuração de petróleo”, diz.

“As perspectivas são ótimas”, diz engenheiro civil brasileiro 

As oportunidades de trabalho para engenheiros nos Estados Unidos vão além de um crachá de empresa. O engenheiro civil brasileiro, João Márcio Abijaodi Vieira, por exemplo, empreendeu no país. Abriu, em 2017, a J. Mav Development & Management, empresa focada no mercado imobiliário de projetos de construção residencial e comercial nos estados da Florida, Carolina do Sul e Carolina do Norte.

“Desenvolvemos projetos ‘greenfield’ – aquisição de lote/terreno, desenvolvimento de toda a engenharia, aprovação de projetos, obtenção de ‘permits’ e construção”, diz. No Brasil, o engenheiro sempre trabalhou em grandes empresas e em grandes projetos. Um mercado que mingou nos últimos anos aqui, floresce lá.

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“Os EUA vivem um momento muito bom, muitos investimentos, muitas obras, oportunidades surgem a todo tempo. A economia norte-americana tem superado todas as expectativas de crescimento. No mercado imobiliário, onde atuo diretamente, o crescimento é notório”, diz o engenheiro.

Seu primeiro plano de negócios teve projeção de dois anos e ele já começou a fazer o próximo. “Estou bastante otimista, as perspectivas são ótimas para os próximos anos”, diz.

Planejamento da mudança foi detalhado

Aos que querem atuar na engenharia nos Estados Unidos, Vieira indica planejamento detalhado. “Inclua nesse planejamento a análise de questões imigratórias e tributárias, procure estar apoiado por profissionais qualificados nesses dois quesitos”, diz.

O engenheiro deve avaliar como sua experiência profissional e habilidades técnicas específicas se encaixam na demanda norte-americana e calcular os gastos com tempo de aprendizado. “A ‘mudança’ no sentido amplo da palavra será um processo onde o comportamento, o conhecimento, as competências e habilidades sofrerão impactos negativos e positivos e estarão sendo testados o tempo todo”, diz. 

Diretor de operações e gestão de uma empresa brasileira de engenharia que atua nas áreas de infraestrutura, siderurgia, mineração, indústria, energia e óleo e gás, Vieira foi mandado em 2015 para os Estados Unidos para trabalhar como preposto nas áreas de novos negócios.

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“Minha diretoria atuava diretamente no gerenciamento de empreendimentos, nas implantações de projetos nos sites dos clientes, no gerenciamento de projetos de engenharia multidisciplinar e na gestão corporativa integrada da empresa”, diz.

Antes de abrir sua própria empresa, passou um ano estudando detalhadamente questões relacionadas à construção de imóveis residenciais e comerciais de pequeno e médio porte, bem como as particularidades e tendências do mercado imobiliário.

“Também dediquei muito do meu tempo na prospecção e avaliação de fornecedores de serviços e materiais locais, quesito este importantíssimo no modus operandi praticado na área de construção em todo os EUA”, diz.

Hoje ele também trabalha para investidores brasileiros. “Tenho desenvolvido vários estudos de viabilidades para brasileiros que buscam oportunidades de investimento no mercado imobiliário, tanto para aluguel quanto para venda”, diz.

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