O trabalho remoto abriu novas fronteiras para trabalhadores brasileiros de diversas áreas – e não apenas da tecnologia. Segundo levantamento ‘in house’ da TechFX, especializada em pagamentos para profissionais PJ que prestam serviços ao exterior, áreas como design, marketing digital, produto, suporte técnico, vendas, finanças e RH têm ampliado rapidamente.“A digitalização dos processos e o domínio de ferramentas colaborativas permitiram que funções antes consideradas locais passassem a operar internacionalmente”, diz Lucas Faria, fundador da plataforma Dev Na Gringa, que compila vagas pelo mundo voltadas a brasileiros. De acordo com ele, os setores quem mais crescem, além de tecnologia, incluem marketing, produto, design e gestão, “com salários médios que podem ultrapassar os US$ 100 mil anuais”.Nos últimos 30 dias, cerca de 50% das oportunidades globais em sua plataforma estão ligadas à engenharia de software, enquanto marketing, vendas e atendimento já somam 13% das vagas abertas. O executivo observou também um aumento expressivo na base de usuários que prestam serviços criativos, financeiros e administrativos.“Para quem busca uma carreira internacional fora da área de tecnologia, a recomendação é clara: proatividade, organização e coragem”, afirma Gabe Go, community lead da Job na Gringa. “É essencial investir no inglês, treinar entrevistas, aprimorar e divulgar habilidades em canais como LinkedIn, além de manter um controle rigoroso do processo de candidaturas”, orienta o especialista, que destaca organização e preparação como características que fazem a diferença nestas etapas.Para além dos cargos técnicosEduardo Garay, CEO da TechFX, sinaliza que, hoje, a combinação de habilidades como fluência digital, boa comunicação e adaptabilidade, somada à qualificação, ao custo competitivo e a um mercado cada vez mais aberto ao trabalho remoto, aumentam a chance de quem quer trabalhar para o mundo sem sair do Brasil. “Em quase qualquer área”, ressalta.Entre as competências mais valorizadas por empresas internacionais, segundo ele, estão resolução de problemas, autonomia e domínio de ferramentas digitais como Slack, Notion, Figma e Zoom. “A fluência em inglês segue essencial, mas a visão multicultural e a empatia passaram a ter o mesmo peso em contratações globais”.