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Home office: vigilância cresce, mas produtividade não depende de monitoramento

Pesquisa revela que trabalhadores remotos geram 13% mais resultados do que seus colegas que atuam exclusivamente no escritório.

Por Izabel Duva Rapoport
11 nov 2025, 14h05
Olho Misterioso Espiando por Trás de uma Cortina Vermelha
 (MirageC/Getty Images)
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Globalmente, segundo dados da Hrstacks, 83% dos empregadores consideram a adoção do regime remoto bem-sucedida para suas empresas e, entre os trabalhadores que atuam em home office, 90% afirmam ser tão produtivos ou mais do que no escritório. Sobre eles, outra pesquisa, feita pela Stanford University, indica que são, em média, 13% mais eficientes do que seus colegas que trabalham exclusivamente no ambiente físico. Em termos de saúde, também apresentam 78% menos estresse e sintomas de burnout, em comparação aos presenciais, mesmo trabalhando cerca de 48 minutos a mais por dia, de acordo com um estudo do National Bureau of Economic Research (NBER).

Os números vêm se destacando entre defensores do home office em debates sobre o tema no Brasil, cada vez mais acalorados. De um lado, estudos internacionais como esses relacionam o trabalho remoto à alta performance, economia e bem-estar. Do outro há executivos que classificam o regime como sinônimo de improdutividade ou “preguiça institucionalizada”.

Neste sentido, Sylvestre Mergulhão, CEO da people tech Impulso — que adota o modelo 100% remoto desde a fundação, em 2010 —, destaca o recente anúncio do Microsoft Teams, que passará a indicar automaticamente quando um usuário não está conectado ao Wi-Fi da organização, revelando sua ausência física no escritório. “A notícia surge como sintoma de um problema maior: a dificuldade das empresas em abandonar a gestão baseada na vigilância presencial em favor da liderança focada em resultados”.

Para o executivo, apesar de a Microsoft justificar a atualização como uma forma de “facilitar a colaboração”, o novo recurso reforça a cultura de que a produtividade depende do monitoramento. “Essa visão, ainda enraizada na cultura de comando e controle de muitos gestores brasileiros, não apenas ignora as evidências globais de eficácia do trabalho remoto, mas também revela os erros mais comuns cometidos pelas empresas ao tentar impor regras rígidas ao home office”.

O problema, de acordo com o CEO, geralmente está na liderança. “É preciso entender que modelos diferentes requerem formatos de gestão diferentes”. O maior erro, segundo ele, está em tentar aplicar a mesma maneira do que se fazia no time presencial para o modelo remoto. “As rotinas, processos, fluxos, a comunicação e até mesmo o ferramental têm que ser diferentes”, afirma o especialista, que resume: “se a gestão depende do olho do chefe para funcionar, o problema não é o home office, é a liderança”.

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Autonomia é o novo salário

Um levantamento da Harvard Business School conclui que 40% dos profissionais remotos aceitariam uma redução salarial de pelo menos 5% para manter o regime. Além disso, segundo o relatório “State of Remote Work 2023″, da Buffer, 98% deles gostariam de continuar em home office para o resto da carreira.

“Em vez de enxergar o escritório como o centro da produtividade, muitos profissionais passaram a valorizar ambientes mais adaptáveis, que favoreçam a concentração, a autonomia e a saúde mental”, afirma.  “As organizações que não conseguem enxergar essa mudança de pensamento e têm forçado o trabalho presencial, estão entregando, literalmente, talentos para a concorrência”.

A crise de confiança 

Para o CEO da Impulso, a insistência em ferramentas de monitoramento e no retorno presencial forçado revela uma desconfiança da liderança em relação à própria capacidade de gestão. “Se o argumento fosse realmente desempenho, não faria sentido penalizar quem entrega resultados apenas porque está trabalhando de casa. Se fosse cultura, o escritório deveria ser um ambiente atrativo por si só, e não uma obrigação”, analisa Sylvestre. “Modelos híbridos bem planejados, com metas claras, ferramentas digitais adequadas e foco em entregas, tendem a funcionar melhor do que esquemas presenciais engessados”.

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A discussão, para ele, portanto, vai além de onde se trabalha: trata-se de repensar o modelo de atuação como um todo. “Insistir em criminalizar o remoto é ignorar a transformação digital em curso e as novas demandas de um mercado cada vez mais ágil, competitivo e conectado”, afirma o especialista. “Diante das evidências, a pergunta mais urgente já não é ‘quem tem medo do home office?’, mas sim: quem ainda pode se dar ao luxo de ignorar tudo o que ele oferece?”.

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