Voluntariado corporativo: 75% das empresas reconhecem evolução do profissional
Além do impacto social, prática estimula nos colaboradores habilidades como trabalho em equipe, comunicação e rendimento. Confira casos da Gerdau e do Bradesco.
Segundo dados prévios do Censo Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) de 2025 – que será publicado integralmente até o fim do ano – três em cada quatro companhias reconhecem o desenvolvimento de competências e habilidades entre os colaboradores como um dos principais benefícios organizacionais e institucionais do voluntariado corporativo.
Para Gislaine Catanzaro, coordenadora da Secretaria Executiva do Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE), a adoção desses programas deixou de ser uma ação pontual para se consolidar como parte estratégica de grandes organizações no Brasil e no mundo. “Além do impacto direto nas comunidades, a prática estimula nos colaboradores competências fundamentais, como trabalho em equipe, comunicação e resiliência, refletindo positivamente dentro das empresas”, descreve ela.
“A prévia dos dados mostra que essas ações no ambiente profissional não apenas aumentam a satisfação e bem-estar dos colaboradores. Mas, principalmente, reforçam a sensação de pertencimento e orgulho de integrar uma companhia que vai além do discurso e realmente devolve à comunidade benefícios”, afirma a executiva, que coordena uma rede de empresas que investem cerca de R$ 10 milhões por ano em programas de voluntariado, atuando em áreas que vão da preservação ambiental à educação e inclusão social. A seguir, conheça os impactos da prática no Bradesco e na Gerdau.
O voluntariado do “ganha-ganha”
De acordo com o gerente de responsabilidade socioambiental do Bradesco, Ednei Fialho Lopes, nas iniciativas em que os participantes do Programa Voluntários Bradesco foram consultados sobre suas percepções de desenvolvimento de competências, as respostas de destaque incluíram melhora em skills como comunicação, flexibilidade, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal e criatividade. “A pesquisa ‘Além do Bem’, feita pela consultoria Santo Caos, também aponta que os colaboradores voluntários são 16% mais engajados”, completa.
O executivo conta que, em 2024, foram registradas quase 7 mil participações de funcionários e estagiários em mais de 200 ações, somando cerca de 27 mil horas dedicadas e impactando em torno de 110 mil pessoas em todo o país. “Para o Bradesco, o voluntariado é uma prática ‘ganha-ganha’, ou seja, todos os envolvidos são beneficiados”, afirma Ednei. “Os voluntários, na maioria das vezes, de maneira inconsciente, desenvolvem competências e relacionamentos nessas ações. A empresa tem a oportunidade de propor ações que se relacionam ao seu propósito, conectando os voluntários a temas que lhe são estratégicos, além é claro, de contribuir para a retenção e atração de talentos”.
Ações envolvem mentoria
Neste ano, a Gerdau celebra duas décadas de seu programa de voluntariado, voltado à educação para o empreendedorismo, habitação e reciclagem. “É possível ver o impacto positivo também nos voluntários participantes, até porque, temos ações que envolvem mentoria, aplicação ou transmissão de conhecimento”, diz Gleise-Anne de Souza Almeida, líder do Programa de Voluntariado Gerdau. “Também recebemos feedbacks de que o sentimento de poder compartilhar a própria história é de gratidão e retribuição pela conquista e ação realizada”. A executiva também destaca relatos de gestores que usaram as ações como ferramenta de team building. Os resultados incluem maior integração entre equipes, fortalecimento da empatia e valorização dos talentos individuais — fatores que, segundo ela, refletem no dia a dia da empresa.
Assim como o Bradesco, a Gerdau possibilita que colaboradores atuem no voluntariado durante o expediente, oferecendo até 4 horas por mês e cobrindo os custos das ações. Em 2024, a companhia investiu R$ 29,6 milhões em iniciativas sociais, impactando mais de 3,6 milhões de pessoas com a participação de mais de 7 mil colaboradores. “Quando o voluntariado se torna parte da cultura de uma empresa, todos ganham: a sociedade, que recebe apoio real; os colaboradores, que ampliam suas habilidades e propósito; e a própria organização, que fortalece vínculos e se conecta de forma mais humana com seus talentos”, finaliza.
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