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Isis Borge

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Executive Director Talenses & Managing Partner Talenses Group
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Como contar sua trajetória durante a entrevista de emprego

É fundamental seguir uma ordem cronológica, adaptar seu discurso de acordo com o interlocutor e ser sincero sobre suas competências.

Por Isis Borge, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 23 nov 2023, 17h55 - Publicado em 22 nov 2023, 16h35
 (Gustavo Fring / Pexels/Reprodução)
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Eu acompanho muitos processos seletivos e vejo um nítido padrão entre as pessoas que costumam ter mais sucesso nas entrevistas. Elas têm uma boa narrativa sobre suas próprias trajetórias, com informações bem estruturadas. Sabem destacar as experiências e os resultados que mais têm relação com a vaga para a qual estão concorrendo e apresentam tudo em ordem cronológica.

Não estou me referindo a um discurso decorado, mas sim à capacidade de alguém demonstrar que realmente conhece a própria carreira e sabe falar sobre ela. São discursos que, geralmente, começam com: “Eu me chamo [nome], nasci em [cidade], moro em [cidade], sou formado em [curso de graduação, pós e outros, se existirem]”. Então, o candidato continua contando sua trajetória, de maneira sucinta, dizendo por quais empresas passou e quais cargos ocupou.

Ao falar sobre as experiências mais relevantes, vale destacar: o objetivo do projeto em questão; quais eram os desafios com as equipes gerenciadas; o que foi executado; e quais fatos impactaram positivamente a execução do trabalho. Você pode descrever sua carreira partindo do início ou da experiência atual. O importante é seguir uma ordem cronológica.

Contar a experiência dessa forma ajuda quem está te entrevistando a entender melhor a sua trajetória. Também é bom considerar que o discurso deve ser ajustado para cada entrevista, a fim de destacar informações relevantes para a vaga que você está pleiteando.

Adapte seu discurso

Ao construir seu discurso, também é importante ter em mente que cada entrevistador costuma ter um papel no processo seletivo e, por isso, valorizar informações distintas, principalmente em processos mais longos. Nesses casos, vale você questionar quem agenda as entrevistas sobre detalhes do objetivo de cada etapa.

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Participo de processos seletivos que chegam a ter mais de dez etapas. Isso quer dizer que, além da entrevista comigo, que sou o apoio externo do RH ou do líder da companhia, os candidatos também conversam com alguém do departamento interno de RH – que confirma se o candidato atende às demandas básicas da vaga e combina com a cultura da empresa.

Em seguida, é a vez da conversa com o gestor, que avalia se a pessoa é capaz de entregar o que se espera. Em processos seletivos para posições mais seniores, um gestor da área de finanças também costuma participar para entender o conhecimento do candidato sobre avaliação de orçamentos e sobre o que pode impactar o lucro da companhia. 

Caso a empresa contratante seja uma multinacional, as rodadas de entrevistas podem incluir profissionais de times globais para validar aspectos técnicos mais específicos. A alta liderança também pode ingressar no processo para avaliar se o candidato tem uma visão alinhada à estratégia macro da companhia. Ainda é possível que alguém mais sênior do RH local participe para avaliar o estilo de liderança do profissional e a identificação com temas de diversidade e inclusão, enquanto alguém do RH global avalia seu potencial de crescimento.

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Note que são muitos interlocutores, cada um tem o seu papel e todos têm o potencial de reprovar um candidato. Não é interessante apresentar o mesmo discurso decorado para todos. Você precisa se dedicar a refletir e entender o contexto do processo, adaptar o discurso para cada situação e apresentar uma narrativa pensando na expectativa do interlocutor.

Seja sincero na entrevista

Lembre que as pessoas vão te questionar sobre pontos de melhoria, habilidades comportamentais, dificuldades enfrentadas e meios para superar desafios. Quanto mais sinceras, coerentes, realistas, genuínas e espontâneas forem as respostas, maior será a chance de criar conexão com quem estiver interagindo com você.

Tentar esconder, inventar ou supervalorizar alguma informação é um comportamento que recrutadores mais experientes costumam perceber. Isso pode impedir a conexão entre vocês e causar a sua reprovação. Mas, caso você convença o entrevistador com um discurso falso, seu perfil profissional verdadeiro será descoberto no dia a dia de trabalho – e você pode ser demitido a curto prazo.

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Ninguém se identifica com uma pessoa que quer parecer perfeita a todo custo, porque todos temos vulnerabilidades. Essas pessoas também costumam ter mais dificuldade para serem contratadas. Por isso, lembre sempre que não é ruim ter pontos de melhoria. Ruim é não reconhecê-los nem ter um plano de ação.

Em todas as conversas do processo seletivo, ouça com atenção e deixe espaço para os entrevistadores perguntarem. É comum líderes e profissionais de RH se queixarem que o candidato foi excessivamente detalhista, se estendeu demais no discurso ou dava respostas desconexas com as perguntas. E esses são pontos certos de reprovação.

Com bom senso e boa preparação, pensando na cronologia do seu discurso, adaptando-o a cada interlocutor e demonstrando sinceridade, suas chances de contratação vão aumentar de maneira significativa.

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Espero ter ajudado!

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