Dia das Mães: Assine a partir de 10,99/mês

Profissionais da geração Z: saiba como gerenciá-los

Especialista explica onde os gestores estão errando na gestão dos jovens e lista nove estratégias essenciais para melhorar, como ajudá-los a entender seus papéis nas companhias.

Por Mariana Amaro
Atualizado em 2 abr 2024, 17h33 - Publicado em 23 jan 2018, 04h00
Segundo o autor Bruce Tulgan, para gerir funcionários da geração Z não é preciso abrir mão da autoridade, mas sim deixar as regras claras (Divulgação/Divulgação)
Continua após publicidade

Ao entrar no mercado de trabalho, os profissionais da geração Z encontram um ambiente de recursos limitados, maiores exigências e menos recompensas, saturado de pessoas que precisarão trabalhar por muito tempo. Eles nasceram e cresceram em uma era de mudanças profundas e ansiedade constante. Em um ambiente marcado pela onipresença da internet sem fio, pela integração tecnológica em atacado e pelo imediatismo.

“Como resultado, eles cresceram muito rápido e por isso são, realmente, mais precoces”, diz Bruce Tulgan, autor do livro O que todo jovem talento precisa aprender (Sextante, 2017). Em entrevista concedida à Você RH, ele falou mais sobre a geração Z e sobre os conflitos que aparecem à medida que estes profissionais entram no mercado. Confira.

Se os profissionais da geração Z são mais precoces, por que são também considerados imaturos? 

Porque eles são isolados e apoiados em um nível que nenhuma criança foi antes deles. A geração nascida na década de 70, foi criada por pais trabalhadores, com pouca atenção e cuidado direto. A geração seguinte, que cresceu na década de 80, recebeu segurança e autoestima.

Os pais de agora são “pais de helicóptero”, porque estão prontos para resgatar o filho caso vejam o mínimo sinal de problema. Os jovens foram tratados como clientes pelas autoridades e instituições, inclusive a escola. Os pais, professores, conselheiros e médicos são mobilizados para supervisionar e apoiar cada movimento da criança, validando suas diferenças, medicando ou desculpando suas fraquezas e dando a eles qualquer vantagem material possível.

Quais são as maiores queixas dos chefes sobre os funcionários da geração Z?

As principais queixas de líderes e gerentes são que eles chegam com expectativas muito altas, só querem as melhores tarefas, fazem o trabalho da maneira que quiserem e não recebem bem feedbacks negativos.

Eles não respeitam a figura de autoridade porque foram tratados como iguais pelos pais. Faltam autoconsciência, habilidades de se comunicar e resolver problemas, além de profissionalismo, pensamento crítico e obediência. Os novos talentos não são apresentados a esses termos na escola nem em casa.

Continua após a publicidade

Quando chegam ao mercado de trabalho, muitos gestores acreditam que não é sua função ou que não têm os recursos ou conhecimento para lidar com essa falha na formação dos jovens empregados, e essa falta de habilidade continua crescendo.

Qual é o papel dos líderes para corrigir essas falhas?

Os jovens não ligam para figuras autoritárias ao mesmo tempo em que precisam desesperadamente deles, para nortear suas ações. A maioria dos gestores lida com a falha de comportamento quando elas aparecem: quando o funcionário chega atrasado, comete um erro de julgamento, ou quando há conflitos no time. Isso é lidar com o resultado, não com a causa.

Não existe resposta fácil, mas soluções parciais e complicadas. Os líderes precisam reconhecer o poder das habilidades comportamentais neles, nos outros e nos times e o potencial desse desenvolvimento e lidar com a desconfiança desse jovem que acredita que o sistema ou a empresa não vai cuidar deles e, portanto, estão menos propensos a fazer sacrifícios em torno de promessas de recompensas a longo prazo.

Onde os gestores estão errando na gestão dos jovens?

No exagero, parabenizando quando eles simplesmente chegam na hora certa, por exemplo. Especialistas falam para os gestores tirarem o pé do acelerador na autoridade, criar programas de elogios e transformar o ambiente de trabalho em um playground porque é isso que os jovens querem. Mas o que eles querem não é o que precisam e, por isso, dar a eles o que precisam com sucesso é muito mais difícil.

Continua após a publicidade

Essa geração necessita de líderes fortes. Os gestores não devem minar sua autoridade, fingir que o trabalho é divertido, deixar o problema para trás e nunca deveriam oferecer elogios por fazer o mínimo. Em vez disso, precisam dar as regras claras: se você quer A, tem que fazer B.

Quais estratégias podem ajudar nessa gestão?

Tenho nove dicas para gerenciar jovens:

  1. Passe a mensagem verdadeira;
  2. Acelere o trabalho;
  3. Seja firme;
  4. Dê a eles o contexto e os ajude a entender seu papel na companhia e como eles se encaixam lá;
  5. Faça com que eles se preocupem com o cliente;
  6. Ensine como eles podem se autogerenciar;
  7. Ensine como eles serão gerenciados por você;
  8. Retenha o melhor jovem a cada dia; e
  9. Crie uma nova geração de líderes.

Eles precisam que o chefe os guie, direcione e apoie ao longo do caminho.

Continua após a publicidade

O que os jovens da geração Y e Z mais valorizam no mercado de trabalho?

Eles querem saber das possibilidades de longo prazo, mas também das oportunidades e recompensas a curto prazo. O chefe precisa falar sobre o que tem a oferecer hoje, amanhã, semana que vem, no final do mês, do semestre e do ano. Em alguns momentos, eles querem apenas o salário, encontrar o próximo desafio, socializar ou ter o sentido de pertencimento.

O melhor caso é quando os jovens veem no trabalho a chance de produzir um impacto enquanto ganham mais recursos. Eles podem ser mais difíceis para liderar, mas essa também será a força de trabalho com mais alta performance na história para quem souber gerenciá-los.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.