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A guerra da retenção no híbrido: o desafio de Elisa na MSD

Além de aprender um novo idioma e de tornar as equipes cada vez mais diversas, Elisa Mendoza fala sobre a dificuldade de atrair talentos no pós-pandemia

Por Letícia Furlan
24 Maio 2022, 16h12
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    ormada em ciências políticas, Elisa Mendoza chegou a trabalhar por um tempo no governo do México, seu país de origem. Mas, ao se ver desencantada pela área, descobriu, por meio de um professor de administração pública, que seria possível começar a atuar como RH com a bagagem que já tinha até então. Elisa se formou em gestão de recursos humanos pela Universidad del Valle de México e fez mestrado em gestão e planejamento estratégico pela Universidade La Salle.

    Há treze anos atuando no ramo farmacêutico, a executiva chegou a ter cargos não relacionados ao RH, mas sempre retornava à gestão de pessoas, área pela qual acabou se apaixonando. Há dez anos na farmacêutica americana MSD, Elisa está novamente virando mais uma página de sua história: a mexicana, ainda sem falar com fluência o português, topou o desafio de vir ao Brasil para ser diretora do departamento de RH da unidade brasileira da empresa.  

    Para ela, essa transição representa um momento muito importante e repleto de desafios pessoais e profissionais. “É hora de aprender e me adequar ao local, e também manter o legado deixado por Andres na MSD”, afirma Elisa, se referindo ao seu antecessor, Andres Massoni, promovido a líder global de RH da divisão de manufatura com base em Nova Jersey, nos EUA.

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    Mudanças não são incomuns para Elisa, que já morou na Colômbia, no Peru e no México. Mas, pela primeira vez, ela teve que aprender um idioma novo além do inglês: o português. A diretora diz que, atuando em um dos mais importantes mercados emergentes do continente, se aprofundará ainda mais em temas caros à gestão de pessoas na América Latina. “Há coisas muito semelhantes entre os países latino americanos, sobretudo México e Brasil. São importantes países emergentes, com uma volatilidade da economia bastante sensível. E parecidos também no aspecto da pandemia da covid-19, momento em que houve uma revolução no modelo de trabalho em nível global”, afirma, que destacando a inclusão e o que ela chama de “guerra de talentos no híbrido” como seus maiores desafios frente à MSD no Brasil.

    Desafios

    De uns anos para cá, houve uma maior diversidade no quadro de funcionários no setor farmacêutico — e também na MSD. “A ideia de fazer com que diferentes profissionais interajam e convivam em um ambiente de trabalho não é criar um choque, mas sim uma sinergia e uma verdadeira troca de experiências e realidades”, afirma Elisa, que tem como meta fazer com que essa diversidade seja intensificada nos próximos anos.

    “Tem uma parte muito genuína minha que se conecta com os temas de diversidade e inclusão por muitas situações pessoais. Sou mãe e, ao longo da minha carreira, trabalhei com muitas mães, por isso tenho consciência da dificuldade de conciliar filhos e trabalho. Também tenho parentes gays e vejo seus desafios. Há 20 anos, a realidade aqui, na América Latina, era muito pior. Mas ainda temos muito o que evoluir”, diz.

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    Apesar de tímido, o avanço da MSD neste sentido já existe. Nos últimos anos, a empresa aumentou a contratação de mulheres e pessoas negras. Dos últimos 35 estagiários contratados, 69% eram mulheres e 57% eram pretos.

    Além da diversidade, tema que já era recorrente ao RH, a pandemia também trouxe um novo desafio: reter talentos em meio ao híbrido. “Temos que pensar em quão flexíveis as companhias vão ser ao implementar esse modelo. Se for rígido demais, é perigoso que os funcionários batam à porta da concorrência”, afirma. Desde novembro de 2021, os funcionários da farmacêutica passaram a ir ao escritório ao menos duas vezes por semana – a frequência, no entanto, depende do combinado de cada equipe com o gestor.

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