Podcast e plataforma online: o programa da Indigo para capacitar os funcionários

Imagine que você tem uma empresa que opera no Brasil inteiro. Imagine agora que ela tem 4.700 funcionários que trabalham espalhados em diferentes pontos de serviço, e não concentrados em escritórios. Garantir que todos esses colaboradores tenham o mesmo treinamento no tête-à-tête é uma missão (quase) impossível.

Esse foi o desafio em que a Indigo se encontrou há algum tempo, e a solução nasceu em julho do ano passado. A empresa, que maneja estacionamentos, lançou a Universidade Indigo, uma plataforma online de aprendizagem que pretende colocar todos os colaboradores da companhia na mesma página.

Entre cursos obrigatórios e opcionais, seus funcionários têm acesso a conteúdos para melhorar o atendimento a seus clientes e – por que não? – desenvolver o segmento como um todo.

Há trilhas de aprendizagem diferentes para quem trabalha nos escritórios, que ficam em São Paulo e em Porto Alegre, e na parte de serviços Brasil afora. É preciso detalhar cada tipo de atendimento, segundo a líder de RH da Indigo, Brenda Ferrigno. “Um manobrista trabalhando em um hospital não pode desejar um ‘volte sempre’ a um paciente ao lhe entregar o carro. É diferente de uma situação de entretenimento, onde isso seria aceitável, e até incentivado.”

O que começou como uma ferramenta para equalizar o atendimento ganhou novas ambições. O InCast, podcast da Universidade Indigo, ajuda a complementar a formação. Entre os assuntos abordados, estão ESG, compliance, Lei Geral de Proteção de Dados, entre outras pautas.

Há também cursos de desenvolvimento pessoal e profissional, com dicas de carreira, inteligência emocional e inovação. Ainda, criaram um segmento de saúde, com dicas sobre meditação, atividade física… Coisas que ajudam o indivíduo atrás do computador e do volante, que tem muitos outros pratinhos para equilibrar na vida, além da Indigo.

Quase 100% de aprovação entre os colaboradores

A iniciativa tem rendido bons frutos: a gestora executiva afirma que a aceitação entre os funcionários é boa, e os resultados são visíveis no funcionamento da empresa. O engajamento é alto, e a produção de conteúdo, também. No final de todos os cursos, há uma avaliação. Das 160 mil análises feitas, houve 98% de satisfação.

Logo em seu primeiro ano, a Universidade Indigo acumula 205 mil horas de treinamento, e o engajamento dos funcionários mantém a produção de cursos a milhão. A cada 15 dias, pelo menos, novos conteúdos estreiam na plataforma.

A gestora espera que os funcionários agarrem a oportunidade de capacitação: tanto para se tornarem melhores profissionais em suas áreas quanto para tirar lições de carreira e de vida pessoal.

Claro, há incentivo para quem for mais engajado. O curso só é concluído quando todas as aulas forem assistidas e o aluno passar na prova com mais de 7 – a média por lá é alta. Quanto mais cursos concluídos, mais o colaborador acumula pontos. A Indigo elabora um ranking dos funcionários mais empolgados, e entrega recompensas, que variam entre brindes e experiências pagas pela empresa. Brenda destaca que os gestores regionais também costumam elaborar seus próprios prêmios.

Papo executivo

Uma das formas de aproximar os executivos no topo da pirâmide com o restanteda estrutura organizacional é trazê-los para a plataforma de aprendizado.

Há entrevistas (ou “papos”, como gostam de chamar) com o CEO, Thiago Piovesan, e com o vice-presidente, Marcelo Nunes, entre outros figurões da empresa, disponíveis para todos os funcionários. Nessas conversas, gravadas no InCast, eles falam sobre sua trajetória profissional, atividades e dão dicas de carreira para quem quiser ouvir.

Um atendimento que deixe boas lembranças

Brenda Ferrigno destaca que a iniciativa não é de simples execução: a empresa tem de acreditar muito na ideia para fazer o esforço necessário de modo a tirá-la do papel. São gravações, estúdios, edições, avaliações e um site para gerir, o que exige capital humano e cash.

A gestora não deseja que a Indigo seja a única empresa do segmento de estacionamentos a se preocupar com o treinamento dos funcionários. Nas palavras da própria, o setor pode não ser muito “sexy”, mas é parte fundamental da experiência do cliente nos estabelecimentos.

Este texto é parte da edição 94 (outubro e novembro) da Você RH. Clique aqui e confira outros conteúdos da revista impressa.