ara avaliar o seu nível de fluência em inglês, é preciso entender que não é algo matemático. É possível detectar pontos bem concretos que precisam ser estudados, mas a boa comunicação também depende de algumas condições emocionais favoráveis.
Faço avaliação oral de novos alunos e candidatos a vagas de emprego há muitos anos e, nos últimos 40 dias, avaliei 84 alunos e sempre me deparo com alguns padrões comuns entre os alunos brasileiros:
Algumas pessoas começaram a estudar na adolescência, só que fizeram várias tentativas inconsistentes ao longo da vida e já concluem que não nasceram para aprender inglês.
Outras sabem bastante, mas por se sentirem inseguras e com medo de errar, demoram muito para estruturar as frases.
Há aquelas que se comparam com os outros, que têm uma boa ou ótima fluência, e não se atrevem a falar perto deles. Isso acontece muito em reuniões corporativas, pois há o medo do julgamento.
Alguns alunos contam os anos de estudo, e não o número de horas. Faz muita diferença você falar que estudou inglês por 3 anos e não consegue falar, se neste período, você realizou 1 aula semanal e fez pouco estudo autônomo. Cada ano tem 52 semanas, se você realizou todas as aulas, dedicou 156 horas de aula para o inglês. Se fez duas aulas semanais, em 3 anos são 312 horas. É preciso dar a medida certa para o tempo investido às aulas.
Muitos alunos não se dedicam fora do horário das aulas, não realizam o estudo autodirigido e esperam aprender logo. Quanto mais prática, mais resultados, mais motivação! Círculo virtuoso.
Alguns acham que só vão aprender quando forem ao exterior. Estudar no exterior realmente incrementa muito a automação das estruturas, melhora a pronúncia e vocabulário, principalmente para quem vai com um bom conhecimento do inglês. Se você tem conhecimento básico, não será com um mês nos EUA ou Inglaterra que você vai voltar fluente!
Os que tiveram essa vivência e estudo em outro país, mas pararam de estudar ou usar o idioma quando voltaram ao Brasil, perdem a fluência. Triste realidade. A língua adquirida precisa ser nutrida.
Alguns dizem que falam espanhol, mas inglês é impossível. Só que o espanhol é uma língua muito próxima do português, consequentemente mais fácil de chegar à fluência. Não dá para comparar o nível de exigência no aprendizado do inglês.
O inglês exige outros parâmetros de comunicação do cérebro, e isso leva tempo! Sendo assim, é muito difícil falar com naturalidade quando não dedicamos o tempo suficiente para esse estudo. Essa meta fica mais desafiadora ainda de alcançar quando temos problemas em aceitar nossa vulnerabilidade sempre que vamos aprender algo novo e não fazemos nada para entender a causa dessas emoções.
Há como mudar isso através de mentoria e coaching de aprendizagem. Já tentou?
Lígia Velozo Crispino é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em Letras e Tradução pela Unibero. Curso de Business English em Boston pela ELC e extensões na área de Marketing na ESPM, FGV e Insper. Coautora do Guia de Implantação de Programas de Idiomas em empresas e autora do livro de poemasFora da Linha. Mobilizadora cultural à frente do Sarau Conversar. É também mentora voluntária da Fundação Éveris.